Crítica 'As Cinco Juanas': O Ato do Destino

Por Hrvoje Milakovic /19 de outubro de 202119 de outubro de 2021

A comunidade latina é conhecida por seu amor por novelas. Produziu toneladas de conteúdo nesse gênero que atraem públicos seletivos espalhados pelo mundo, seja no idioma original em espanhol e suas variações, dublados em inglês ou acompanhados de legendas. 'As Cinco Juanas' é uma daquelas novelas que são um pouco bobas e malucas, mas interessantes, no entanto.





A série de 18 episódios cujo título em espanhol 'La Venganza de las Juanas' se traduz no muito mais excitante 'A Vingança das Juanas' é basicamente um remake de uma novela colombiana de 1997 intitulada 'La Juanas', que foi inicialmente escrita por Bernado Romero Pereira. Esta versão original também foi refeita em uma telenovela mexicana de mesmo nome que foi exibida entre 2004 e 2005. A série estreou na Netflix em 6 de outubro e, curiosamente, o roteiro do programa foi escrito pela filha da escritora original Jimena Romero. Outro fato interessante é que, apesar de ser inspirada nas duas anteriores, esta série tem uma nova reviravolta. O aspecto da marca de nascença é exclusivo do programa, pois estava ausente em seus antecessores.

A narrativa segue cinco mulheres diferentes que são totalmente estranhas umas às outras, ou assim pensam. Mas eles são reunidos em Cancun por circunstâncias interessantes que acontecem com eles e logo percebem que não são apenas parentes, mas de fato irmãs. O que tira essa conclusão é o fato de que todos eles se chamam Juana, embora com sobrenomes diferentes e tenham a mesma marca de nascença de peixe no traseiro no mesmo lugar.



Apesar de compartilhar esses dois aspectos cruciais, essas cinco senhoras são tão diversas quanto em termos de temperamento e comportamento. Há Manuela, interpretada por Zuria Vega, que é uma stripper sofisticada que não aceita trabalhos que vão abaixo de uma pilha de notas C. Matilde, um papel de Juanita Arias que parece ter esbarrado com a lei, pois foi impedida de retornar à Colômbia pelas autoridades, Bautista encarnada por Sophia Engberg, que faz leitura de cartas como uma agitação.

Quando a conhecemos, ela não parece feliz com seu trabalho, pois está presa lendo cartas de tarô em uma despedida de solteiro, Caridad interpretada por Oka Giner, é uma freira presa em um apartamento sem graça enquanto policiais invadem um esconderijo de drogas vizinho e depois finalmente, há Valentina, que é jornalista. Quando o público é apresentado a ela pela primeira vez, ela está à beira-mar espalhando as cinzas de sua falecida mãe. Outras estrelas da série incluem Carlos Ponce, Antonio Denetro, Pablo Bracho e Mauricio Isaac, entre muitos outros.



O escritor configura a narrativa de tal forma que o destino tem um papel a desempenhar no reencontro das cinco mulheres. Cada cena que apresenta as diferentes mulheres tem uma foto de seu traseiro, exibindo totalmente a marca de nascença distinta. De uma forma ou de outra, todas as Juanas se encontram agrupadas no mesmo hotel. Em seguida, um terremoto, um desastre natural força uma evacuação que reúne o quinteto no pátio.

Há também muitos exemplos para as cinco mulheres perceberem sua conexão peculiar e cultivarem a curiosidade de querer se conhecer mais e descobrir o que as coloca no mesmo grupo. Todos esses soam clichês, mas são bem montados, e o público se vê aprendendo sobre o novo desenvolvimento junto com os personagens. O show é altamente previsível, no entanto.



Em seguida, há cenas que apresentam Simon Marroguin, interpretado por Ponce, que parece ser algum tipo de dignitário importante que acaba sendo um babaca altamente corrupto, com muitos negócios obscuros à espreita em suas sombras, perseguindo-o como uma presa. Não demora muito para que o público coloque dois e dois juntos.

Como mencionado, o enredo é bastante simples. As várias personalidades colidem entre si enquanto lutam por um objetivo comum, o de encontrar seu pai biológico e o que aconteceu com sua mãe, e como todos se separaram. Cada um quer aprender sua história e provavelmente obter um desfecho para seguir em frente.

'The Five Juanas' emprega todas as técnicas bregas de contar histórias de novelas, incluindo flashbacks vagos dos personagens derramando seus sentimentos e pensamentos mais íntimos por meio de narração, o que é bastante padrão nesse gênero. A perspectiva geral da produção em termos de qualidade é bastante decente.

Toda a série é literalmente povoada por cenas de nudez e sexo que podem torná-la indecente se assistir com crianças ou pessoas que se sentem desconfortáveis ​​com tal conteúdo. Há muitos cheesecakes lindos por toda parte, o que é uma delícia para os espectadores que apreciam essas vistas. A série não pode ser descrita como engraçada, embora provavelmente alguém dê uma ou duas risadas ao longo do show.

Apesar de ser atraente para alguns públicos que amam cenas sensuais, algumas cenas retratam casos um pouco estranhos de estupro que parecem glorificar esse ato. Embora todos sejam destinados ao entretenimento, é importante lembrar que os meninos adoram assistir a esse tipo de programa, e essa obviamente não é a mensagem que os adultos querem passar para o futuro. Se essas cenas tivessem sido atenuadas, essa série teria sido mais atraente e confortável para um público mais amplo.

Há um aspecto fascinante quando se começa a assistir a esta série. Apesar de ter estreado como primeira temporada com 18 episódios, parece ser como duas temporadas em uma. O público perceberá isso quando chegar ao episódio 9.

No geral, ‘As Cinco Juanas’ é altamente previsível, tem um enredo único que cultiva o interesse do público que já assistiu ao original e ao remake mexicano. Sua qualidade é ok, as atuações de todo o elenco são soberbas, e há muitas cenas sensuais espalhadas. Se isso soa como sua xícara de chá, então esta série é definitivamente um must-watch. Ainda bem que são 18 episódios que, apesar da brega e tolice da trama, uma vez que a pessoa começa a assistir, eles continuam clicando em seguida.

PONTUAÇÃO: 6,5/10

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